Conteúdo original do site Think with Google
Sempre achei a busca do Google fascinante, não só por encontrar as respostas de que eu precisava, mas, mais do que tudo, pelas perguntas possíveis. É lá que as pessoas perguntam desde as coisas mais simples às mais profundas, como se fosse um misto de oráculo e confessionário. Coletivamente, a busca do Google acaba sendo um espelho da sociedade, um raio-x em tempo real da humanidade, um grande termômetro de tendências.
Um momento importante que temos ao nos aproximarmos do fechamento de cada ano é a retrospectiva, individual e coletiva, dos últimos meses, e o impacto deles em nossas vidas. E, como não poderia deixar de ser, dado o ano que vivemos, a Year in Search de 2020 — retrospectiva do Google baseada nas buscas que as pessoas mais fizeram — acabou sendo bem diferente daquelas que vimos em anos anteriores.
Diferente por ter sido um período incrivelmente difícil, em que sentimos o impacto de crises e movimentos que definirão a história, como o coronavírus e Vidas Negras Importam.
E também porque, até então, a maioria das grandes histórias parecia acontecer longe da nossa realidade individual. Neste ano, comunidades em todo o mundo foram marcadas — e transformadas — por várias experiências similares.
Numa época em que fomos todos desafiados a enfrentar o coronavírus, o isolamento e o distanciamento social, começamos a questionar. Nunca os brasileiros buscaram tanto pela expressão “por que” acompanhada de outras palavras — houve uma alta de 24%1.
Perguntamos “por que quarentena não é 40 dias” e “por que o coronavírus recebeu esse nome”. Perguntamos “por que as pessoas dançam”. Eu mesma, vendo as notícias sobre coronavírus, racismo e retração econômica, fui perdendo a vontade de dançar.
Estávamos, majoritariamente, em casa. As buscas se tornaram o retrato mais perfeito da quarentena: “Exercícios para fazer em casa”, “Como fazer máscara em casa”, “Horta em casa”, “Brincadeiras para fazer em casa”. Buscamos pequenas formas de conforto emocional. As buscas por “como fazer bolo” cresceram, e cresceram ainda mais aquelas sobre “por que o bolo murcha”.
De forma preocupante, o medo e o isolamento começaram a mostrar seu rosto — subiram as buscas por ansiedade e ataque de pânico. Mas subiram ainda mais as buscas por ioga, meditação e técnicas de relaxamento.
Eu vi as pessoas, em isolamento, cada vez mais próximas. Em um ano tão difícil, nós encontramos formas de seguir em frente.